Yoga em Bali: Radiantly Alive
Antes de chegar em Ubud, comecei a pesquisar sobre escolas de yoga. A mais famosa e a primeira que você vai encontrar nos buscadores é a Yoga Barn. A estrutura da escola é linda, no meio de uma floresta tropical (mas localizada no centro de Ubud), com salas amplas e professores com experiência internacional. Mas depois de pesquisar muito em fóruns, li a experiência de um americano já praticante de yoga que tinha planejado passar umas semanas no Yoga Barn e ao chegar lá, se assustou com a quantidade de pessoas, com o ego dos professores e assim, conheceu outra escola: a Radiantly Alive.
Peguei o endereço das duas e ao chegar em Ubud, fui direto pro Yoga Barn, pra decidir onde eu faria as aulas. O lugar me pareceu lindíssimo e com uma mega estrutura, são 5 estúdios construídos no meio dos campos de arroz. Pedi para ver uma das aulas e me assustei um pouco: sala lotada, pessoas se esforçando para encontrar espaço pra o alongamento…pra uma pessoa que não tem experiência como eu, fiquei insegura, afinal, é essencial entender bem as posturas básicas e pra isso, você precisa de auxílio. Na parte de cima do complexo do Yoga Barn, eles têm bungalows – lindos por sinal – e me pareceu cômodo e tranquilo se hospedar no mesmo lugar onde você pode praticar o quanto quiser. O valor dos bungalows é de 75 dólares/noite com café da manhã e 25 dólares/noite em quarto coletivo sem café da manhã.
Sobre as aulas: eles têm um passe semanal no qual você pode fazer quantas aulas quiser. O valor do passe semanal é de 700.000 rúpias indonésias (aproximadamente R$135,00) e o valor por cada classe é de 110,000 rúpias (aproximadamente R$21,00). Para ver a programação da semana e se organizar, é só entrar nesse link; cada aula têm um número ao lado, que é o nível das aulas:1,2 e 3. O legal é que além das aulas de Yoga, há aulas de dança e meditação, e todos os dias há uma aula comunitária grátis, uma boa oportunidade para quem quer conhecer a escola. Eles também organizarm retiros de detox, yoga, etc e as datas e valores estão no site deles. Preciso dizer que li muitos comentários de pessoas que AMAM o Yoga Barn e eu respeito muito, talvez existam aulas menos lotadas, com mais espaço e tranquilidade, mas não foi a minha opção mesmo.
Saí do Yoga Barn e fui caminhando até a Radiantly Alive, perguntando para os locais como chegar na rua da escola em um sol escaldante. A entrada da Radiantly é parecida a uma academia, nada parecido ao espaço enorme e tropical do Yoga Barn. Conversei com as recepcionistas e pedi para conhecer as salas e dar uma espiada nas aulas. Apesar de não ser um espaço aberto, as salas da Radiantly têm a estrutura de madeira, e todas são rodeadas pela típica vegetação da Indonésia, com uma decoração clean. Ao dar uma espiada nas aulas, vi salas com menos alunos, e professores mais atenciosos. E naquele momento, decidi. O valor do passe semanal da Radiantly Alive é de 490,000 rúpias indonésias (aprox. R$96,00) e o passe de 1 dia, 150.000 rúpias (aprox. R$30,000). Sâo 46 classes semanais e eles não tem aulas de meditação como no Barn, mas têm dança contemporânea, Yoga Dance, Salsa, Fly High Yoga, etc. Para ver a programação semanal, clique aqui. Ao preencher a ficha de inscrição e fazer o pagamento, recebi um cartãozinho pequeno com um código que eu passava em uma maquininha na recepção antes de cada aula. Ao passar o cartão, algu funcionário da recepção me dava uma pedra, que eu colocava em frente do yoga mat e era recolhido por alguém da organização durante a aula. A limpeza dos yoga mats era feita pelo staff na maioria das vezes, mas nas primeiras aulas éramos nós, os alunos que limpávamos.
A minha primeira aula foi a Yoga begginers, com a professora Noga, que no final das contas, foi a minha favorita. A Noga tem toda uma preocupação em explicar que a Yoga não é só colocar o pé no pescoço ou onde seja, mas sim uma maneira de estar em sintonia com o presente, brincar com a respiração e ter a “espinha ereta e o coração tranquilo”, olhar um pouco pra dentro mesmo. Além disso, no começo de cada aula ela deixava claríssimo que as aulas não eram uma competição; cada pessoa deveria fazer o que quisesse e quando quisesse e se sentisse bem, portanto, às vezes eu estava cansada e ficava parada, tranquila, sem ninguém me olhar estranho, nem nada. Na aula de begginers, além da Noga, há uma professora assistente, que corrige, ensina e te ajuda a fazer bem as posições básicas, algo essencial. E tive MUITA sorte, porque na minha primeira aula éramos poucos, mais ou menos 15 alunos, então foi perfeito; saí de lá nova, me sentindo bem mesmo. A Noga também dá aulas de Gentle Flow, uma aula legal para começar bem o dia, alongar, trabalhar a respiração e começar a dar uma esticada no corpo com as posições básicas.
Na aula de Gentle, ela também disse algo que eu sempre levarei comigo: cada vez que você faz algo que você nunca fez antes ou não está habituado, você manda uma mensagem para o seu cérebro e ativa aquela parte infantil, daquela fase de descobrir tudo. Cada vez que você não tiver forças ou ânimo para levantar da cama, pense em fazer algo que você nunca fez ;). Ela disse isso porque nessa aula, nós entrelaçamos os dedos dos pés para alongar e foi no mínimo diferente.
As aulas de Pilates com a Acácia são punk: 1,30h de aula com música, trabalhando todos os músculos do corpo, sem nenhuma pausa. Eu saí de lá tremendo, suando e fiquei doída por dias. As aulas de fly high yoga, do Jose, um professor espanhol, são ótimas também. O desafio é achar normal ficar de cabeça pra baixo, com a força das suas pernas… mas o alongamento que isso proporciona é barbaro e ele ajuda muito no processo, eu cheguei a cair de cabeça pra baixo, mas não passei do chão!
No geral, encontrei aulas com 15, 20 alunos e algumas bem cheias, com 30, 35. Em todas as aulas sentia o suporte dos professores ao ver alunos com dificuldades ou conhecimentos básicos, o que é um diferencial pra mim. Nenhum deles falava deles, apenas compartilhavam o conhecimento sobre a yoga, técnicas de respiração e o corpo humano.
Se você está pensando em roupas adequadas para as aulas, em Ubud há muitas lojas com roupas ideais para a prática de yoga, além dos yog mats e todos os acessórios que você imaginar. Eu fui com as calças de ginástica mesmo, top e blusas larguinhas que não impediam os movimentos. Como é muito calor, algumas meninas iam de shorts e top, assim tinham mais liberdade ainda. Se você é homem e está se perguntando: e eu? Bem, existiam meninos nas aulas e todos iam só de shortinho mesmo ou com shortinho e regata :). A escola disponibiliza os yoga mats e os acessórios, recomendo levar a sua própria toalha e água.
Uma vez que decidi a escola, procuramos um lugarzinho pra ficar e que fosse perto. Depois de entrar e sair de vários alojamentos ao longo da rua, escolhemos a última e a única com ar condicionado, a Hutama. O quarto era grande, com um chuveiro separado do resto do banheiro, frigobar e um café da manhã normalzinho, além de boa internet e a vista para as palmeiras e telhados de Ubud.O lugar era bem simples, mas realmente não precisávamos de mais que isso naquela semana, a prioridade era estar perto da escola.
O caminho até a escola era tão legal quando o destino final. Cachorros, galinhas, crianças empinando pipa, locais cuidando das suas casas, mulheres preparando as oferendas e o sol forte, refletido nas plantas tropicais altas e frondosas; música local, cheiro de terra molhada e muitos sorrisos, “hi” and “how are yooouuu?”. O caminho também tinha um bar-livraria francês, lojas de roupas e acessórios balineses e SPAs.
Eu resumo essa semana com uma palavra: paz. Paz de aprender no meu ritmo, paz comigo mesma por estar fazendo algo que eu queria há tempos e a paz de estar em um lugar que te oferece as ferramentas para estar em paz. Ubud é turística? Sim, e ainda vou escrever sobre ela. Mas nem por isso ela não tem o seu encanto. Se você tem vontade de conhecer, venha e escolha a escola que você se sentir melhor e seja feliz!
Para quem se interessou, um mapa com a localização de ambas escolas:
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