Mais um check na Bucket List: de frente com a Aurora Boreal em Whitehorse

Abril de 2015, norte do Canadá. O frio do lado de fora do quarto do icônico Best Western Gold Rush Inn só não era maior que o da minha barriga. Às 21h o telefone do quarto tocou e a recepção nos avisou que a van da empresa para o tour da Aurora Boreal nos esperava na frente do hotel. Presenciar a Aurora Boreal era um dos meus maiores sonhos de viagem e experiência na natureza, e eu estava mais perto do que nunca de realizá-lo.  

Também conhecida entre aventureiros como Luzes do Norte, a Aurora Boreal é um fenômeno natural visível em latitudes nortes – tendo como os principais lugares para observação as cidades de Whitehorse (Canadá), Tromsø (Noruega) e países como Islândia e Suécia. É causada por colisões entre partículas carregadas liberadas pelo Sol e a atmosfera da Terra. Essas colisões ocorrem principalmente nas regiões polares, devido ao campo magnético da Terra, que direciona as partículas carregadas para os polos. Quando essas partículas colidem com gases como oxigênio e nitrogênio na atmosfera terrestre, elas emitem luz em várias cores e formas, criando o belo espetáculo de luzes que conhecemos como Aurora Boreal. 

Viajamos por aproximadamente uma hora, até chegar em um refúgio que não houvesse nenhuma interferência das luzes da cidade. A partir dali, era esperar que a magia acontecesse. O relógio marcava 2h35 da madrugada, com o termômetro marcando 0°C, e nosso grupo seguia aguardando o surgimento das místicas luzes do norte. Munidos com chá, café e chocolate quente, tentamos vencer o frio penetrante, conversando e trocando experiências, todos unidos pelo mesmo propósito. A primeira noite, apesar da expectativa, terminou sem o espetáculo esperado, nos ensinando uma valiosa lição sobre paciência e a imprevisibilidade da natureza.

Recusando-nos a desanimar, a jornada continuou. Whitehorse, com sua atmosfera que remete aos filmes de faroeste, serviu de cenário para nossas expectativas crescentes. Quando a noite voltou a cobrir o céu, estávamos novamente prontos, câmeras em punho, esperançosos. E então, entre a vastidão estrelada, surgiu uma leve faixa de luz verde, quase imperceptível a olho nu, anunciando o prelúdio do que estava por vir.

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Uma explosão de luz verde dançante tomou conta do céu, desencadeando uma euforia coletiva. Capturar esse momento através das lentes das câmeras tornou-se um desafio diante da imensidão do sentimento que nos envolvia. O show de luzes, em constante mudança, durou quase duas horas, um lembrete da majestosa incerteza da natureza.

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O site Aurora Forecast se tornou nosso guia, oferecendo previsões que balanceavam nossa esperança com a realidade de que a Aurora Boreal é, acima de tudo, um fenômeno natural. As noites subsequentes trouxeram mais tentativas, algumas bem-sucedidas, outras não, mas cada momento sob o céu de Whitehorse reforçou a magia daquela experiência.

O retorno ao hotel nas madrugadas frias era apenas um intervalo em nossa busca, com as montanhas ao longe servindo de testemunhas silenciosas da nossa perseverança. A Northern Tales, com seus tours meticulosamente planejados, garantiu que cada detalhe da nossa jornada fosse perfeito, mesmo que a própria Aurora decidisse, por vezes, ser enigmática.

A temporada de Aurora Boreal em Whitehorse, estendendo-se de setembro a abril, é um convite para todos que desejam testemunhar um dos mais belos espetáculos da natureza. Esta viagem não foi apenas uma busca pelas luzes do norte, mas uma imersão na beleza crua e na imprevisibilidade do mundo natural, lembrando-nos de que algumas das mais incríveis maravilhas exigem paciência, sorte, e um espírito aventureiro inabalável.

O Destination Canada, por meio da Vertebratta, junto da Air Canada, nos apoiaram na busca desse sonho. Aqui deixo o meu muito obrigado pela parceria. 

Agradeço também a parceria do meu amigo/irmão Daniel Thompson, também conhecido como Mochileiro das Maravilhas, por estar comigo nesses momentos mais incríveis da vida.

Uma dica: avise na recepção do seu hotel que você tem interesse em ser acordado caso a aurora boreal apareça. Quando estávamos em Jasper, o céu da cidade foi dominado por uma aurora nível sete (a das fotos acima, que presenciamos, era de nível três) e ninguém nos avisou.

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Comments 3
  1. Fantástico o seu relato!
    Eu estou planejando uma viagem para Whitehorse em Janeiro de 2019 para ver a aurora boreal. A minha preocupação é que eu vou com o meu filho de 04 anos e o que me preocupa é o frio extremo. Voce acha que eu realmente devo me preocupar ou não?
    Obrigado

  2. Olá, Rodrigo! É só ir bem preparado, com roupas adequadas. No mais, a cidade tem estrutura para receber todos os turistas. Boa viagem!

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