Diário de Viagem, dia 4: Happy Holi!
*Este post tem galeria de fotos, é só ir clicando nas setinhas para ver todas. 😉
E vídeo da experiência, pra entrar no clima:
São 4 horas da tarde em Delhi e estou no quarto no hotel, com a cara rosa e o cabelo multicolorido. Segundo o Átila, pareço a Fiona, só que rosa. Foram mais de dois banhos, cinco lavagens no rosto e hidratação, e o danado do Gulal, o famoso pó colorido do Holi, persiste na minha pele.
O holi é é celebrado na Índia e no Nepal; ele marca a transição entre o fim do inverno e o começo da primavera, a vitória do bem sobre o mal, na primeira lua cheia do 12º mês do calendário hindu. Se você se animar no ano que vem, vai rolar no dia 6 de Março de 2015! É preciso tomar um pouco de cuidado e a recomendação é curtir a festa somente pela manhã, quando os indianos ainda não beberam demais.
No dia do Holi, famílias, amigos, desconhecidos, turistas de todas as cores, gêneros e culturas se reúnem para celebrar, jogando os pós coloridos um no outro e água diversas vezes. Não há barreira sociais, econômicas, nem mesmo físicas, já que todos se tocam se abraçam e dançam juntos, é um dia sem preocupações.
Nós viemos para a Índia na sexta justamente para estar aqui hoje, já que o Holi é o sonho de muitos viajantes, como nós. Estávamos pensando se iríamos passar em Vrindavan, a cidade conhecida por ter a festa mais tradicional, mas algo mudou no meio do planejamento. Eu, que busco coisas pela internet o tempo todo, em uma dessas procuras desvairadas por informações sobre a Índia, adicionei o dono de uma agência de viagens baseada em Nova Delhi no Linkedin. Ele me deu algumas dicas de roteiro, super simpático e chegamos a conversar pelo Skype. No sábado, dois dias antes do Holi, decidi escrever novamente para perguntar onde poderíamos passar o Holi, se ele achava muito perigoso e ele nos respondeu em menos de 20 minutos dando três opções e uma delas, era um convite para celebrar o Holi na comunidade dele, em Delhi, entre familiares e amigos. Quando eu e o Átila lemos o email, não conseguíamos acreditar que poderíamos viver isso de uma forma tão tradicional e segura.
Acordamos hoje às 9:00 para chegar na casa dele às 10:30, 11. Colocamos as roupas mais antigas ou manchadas que tínhamos nas malas e separamos uma ropa extra, além de óculos escuros para proteger os olhos, uma camera bag para proteger a minha câmera e colocamos tudo isso dentro de uma bolsa, envolvida em uma outra bolsa de plástico. Pedimos um táxi na porta do hotel, mas hoje é feriado nacional, então tudo o que conseguimos foi um auto-rickshaw, um tuk-tuk indiano. A casa do Shantanu era longe do centro turístico, parecido aos nossos condomínios no Brasil.
Quando chegamos, vimos crianças e adultos brincando, e ele se apresentou e chamou os seus dois filhos e a sua mulher para que a gente se conhecesse. Os filhos dele sao universitários e estudam Economia na Universidade de Delhi e ele fez questão de apresentá-los assim. A mulher, trabalhadora social e secretária da comunidade, também falava inglês e era muito simpática. Deixamos a bolsa na sala dele e saímos, já que a festa estava acontecendo em frente, onde também tinham uma livraria da comunidade. Eles nos deram os saquinhos de Gulal, afundaram um dos dedos em uma das cores, tocaram o meio da nossa testa e bochechas e disseram: “happy holi!” e explicaram que era assim que se fazia. Depois disso, fomos conhecendo todas as pessoas da comunidade, que vinham com os seus saquinhos, pintavam as nossas bochechas e repetiam a famosa frase. O normal entre os homens é eles se pintatem e se abraçarem depois, e eu me surpreendi ao ser abraçada por uma das mulheres, que estava super feliz, dançando, pulando e brincando com todas as mães, amigas e crianças. Falando nos pequenos, a diversão de todos eles era a água, seja nos baldes, ou nas arminhas de água que eles carregavam loucamente e descarregavam gritando, uma alegria só.
Em um certo momento, eles fizeram uma fila em uma mesa que tinham preparado, e o anfitrião me explicou que eles tinham contratado um serviço de buffet para preparar os petiscos e o almoço. Eles trouxeram copinhos cheios de Pakora, que são vegetais empanados e fritos, e para beber, o Thandai, uma bebida fria preparada com leite deliciosa; me disseram que era a comida e a bebida típica do Holi. Algo como a lentilha e o champagne pra gente no ano novo, creio eu!
Com uma hora de festa, já estávamos brincando com as crianças, ouvindo indian pop, jogando gulal nas pessoas e sendo molhados pelas crianças e adultos. Em um momento que eu estava mais tranquila, eles me sacudiram e disseram “Bura na mano, Holi hai” (“Não importa, é Holi!”) e me explicaram que é a frase mais comum do dia, já que todos realmente não se preocupam com nada.
Depois de duas horas de cores e água, entramos na casa dele, nos trocamos e fomos almoçar em uma tenda preparada no condomínio, onde todos os convidados já estavam limpinhos, conversando animadamente. O Shantanu viu um grupo de mulheres conversando e me disse: ” hoje é o dia em que todo mundo que quase não se fala, conversa”.
Depois do almoço, decidimos ir embora, já que o Átila tinha que trabalhar. Eles nos levaram até um ponto de táxi, enquanto o filho dele compartilhava músicas pop com a gente pelo whatsapp.
No caminho de volta, vimos um elefante na rodovia, uma filmagem do que parecia ser uma série ou filme de Bolywood e muitas pessoas coloridas e brincando o Holi. Foi o nosso primeiro dia de puro amor e alegrias nesse país táo intenso. Obrigada, Índia!
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Lindo, lindo e lindo!! Amei!! 🙂
Estou in love com os indianos… Vcs ficaram lindos coloridos! ahahhaah 🙂
Beijão!
eu estou adorando, Nina! 🙂 Muto legal poder conhecer a cultura e as pessoas melhor. beijo grande!