Os mergulhos da Família Schurmann na Expedição Oriente

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Foto: Divulgação/Família Schurmann

Desafios, aventuras e conhecimento sobre a história natural do nosso planeta definem bem a Família Schurmann, que atualmente seguem firme e forte com a Expedição Oriente, a terceira volta ao mundo da família a bordo de um veleiro. Toda essa história começou em 1984, quando o economista Vilfredo Schurmann e sua esposa, a professora de inglês Heloísa Schurmann, partiram com os filhos ainda jovens, em busca de realizar o sonho de contornar o globo a bordo de um veleiro. Poucos anos depois da primeira volta ao mundo, a família embarcou em uma nova saga, batizada de Expedição Magalhães Global Adventure, onde após viajar por dois anos e meio retornaram em 22 de abril de 2000 para participar das comemorações dos 500 anos do Descobrimento do Brasil. Com 30 anos de aventuras e centenas de histórias incríveis para contar, a Família Schurmann está em sua terceira empreitada, onde desde setembro de 2014 zarparam de Itajaí a bordo do Veleiro Kat, e já passaram por vários paraísos para aventureiros, como a Antártica, Ilha de Páscoa, Tahiti, Moorea, Papua Nova Guiné, Japão e China.

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A travessia também marca a estreia da terceira geração a bordo: Emmanuel (primeiro da direita para a esquerda) integra a tripulação Schurmann, formada pelo casal Vilfredo e Heloísa e os filhos Wilhelm, David (líder da tripulação de terra) e Pierre.

E se tem uma coisa que os tripulantes da Expedição Oriente se amarram em fazer é mergulhar, e a gente fica aqui morrendo de vontade de cair na água com eles. Mas também não é atoa! Em pouco mais de um ano e meio de viagem os caras já mergulharam em lugares incríveis, como: Ilha de Páscoa, Micronésia, Papua Nova Guiné e Polinésia Francesa, interagindo com baleias, tubarões, cardumes e outras centenas espécies marinhas. É de encher a gente de inspiração para as próximas dive trips!

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Foto: Família Schurmann/Divulgação

E para falar com a gente sobre as descobertas subaquáticas dessa viagem dos sonhos, batemos um papo com o Emmanuel Schurmann, que está realizando a sua primeira volta ao mundo ao lado dos avós Vilfredo e Heloísa. Para participar da aventura, ele se dedicou a cursos náuticos, entre eles, de vela, navegação e mergulho. Emmanuel também participou de treinamentos de mecânica de motor e culinária, além de navegadas de longa distância a bordo do veleiro da família.

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Foto: Família Schurmann/Divulgação

Quantas pessoas na equipe mergulham? E quais equipamentos sub vocês usam para fotografar e filmar as aventuras subaquáticas?

Emmanuel: Essas são experiências compartilhadas por todos nós, tripulantes da Expedição Oriente. No momento, somos em oito tripulantes. Então, já precisamos de bastante equipamentos para os mergulhos em si. Para as filmagens dos vídeos, produção de fotos e todo o conteúdo audiovisual, utilizamos equipamentos e tecnologias que atendam diferentes meios: nossos canais digitais (siteYouTube, FacebookInstagram etc.), mas também aos canais de televisão (Rede Globo, que transmite um quadro sobre a Expedição Oriente mensalmente durante o Fantástico, e National Geographic, que contará com uma série especial sobre essa nossa aventura e será exibida em toda a América Latina). Conseguimos atender essas necessidades utilizando a 5D Mark III dentro de um “waterhousing case”. Dentro d’água, também entramos com algumas Gopros para complementar as filmagens com outros ângulos, formatos e etc.

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Foto: Divulgação/Família Schurmann

Vocês se prepararam antes da Expedição Oriente? Digo, fizeram cursos para a expedição ou todos já eram mergulhadores experientes?

Emmanuel: Sim! E muito (rs)! Principalmente aqueles que, como eu, já sabiam que iam embarcar com bastante antecedência, tendo mais de um ano para se dedicar intensamente aos preparativos, que incluíram alguns mergulhos pela costa brasileira. Mas alguns tripulantes souberam mais perto do embarque e, por isso, tiveram menos tempo de preparação. A recompensa deles é que tiveram a sorte de estrear ou praticar mais frequentemente o mergulho nas águas lindas do Pacífico. Entre “novatos” e “experientes”, todos temos licenças para fazer os mergulhos.

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Na despedida de Yanaba a tripulação da Expedição Oriente fez um mergulho com visibilidade de mais de 30 metros. (Foto: Divulgação)

Até agora já foram feitos quantos mergulhos na Expedição Oriente? Passaram por algum perrengue?

Emmanuel: Caramba! Acredito que, até agora, foram mais de 50 mergulhos. Cada um, uma história e emoção diferente. Em Bora Bora, fiz um mergulho muito louco com os maiores tubarões que já vi na minha vida!  Já na Austrália, existem mais de 50 espécies de mamíferos marinhos de vários tamanhos para conferir, mas não tem como não destacar a Grande Barreira de Corais! Foi um dos mergulhos mais impressionantes, até agora. Superou nossas expectativas. Vimos corais gigantes de várias cores, raias e tartarugas. A beleza das águas claras me lembrou as da Polinésia Francesa. Saipan também entra na lista de favoritos pelo melhor mergulho na caverna gigante (considerada a segunda melhor da categoria no mundo). Em todos os locais, mergulhamos sempre com muita segurança e, graças a Deus, não passamos por nenhum susto ou perrengue.

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Foto: Família Schurmann/Divulgação

Quais foram os mergulhos mais incríveis que vocês já fizeram com a Expedição Oriente?

Emmanuel: Ops. Acho que me adiantei na resposta anterior (rs). Mas essas experiências são fascinantes e é sempre legal falar sobre elas. Considerando o que mencionei anteriormente e opções entre cavernas e “wrecks”, te digo que eu prefiro cavernas. Então, aqui, destaco o mergulho que fizemos recentemente numa caverna gigante. Considerada a segunda melhor caverna de mergulho, O GROTTO, localizada na ilha de Saipan, na Micronésia. Foi espetacular! A imensidão e o desafio em si já me animaram. Para chegar até o local, você tem que descer uma escada com 117 degraus. Ah! Com cilindros nas costas, na descida e na subida de volta (rs). Mas vale a pena! A luz na água azul me deixou praticamente hipnotizado.

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Foto: Família Schurmann/Divulgação

Quais os lugares que vocês ainda não mergulharam e que está no roteiro da Expedição Oriente?

Emmanuel: Na verdade, pretendemos mergulhar em todos os lugares por onde passarmos. Neste momento, estamos na China e ainda temos o oriente todo para navegar e mergulhar, é claro!

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Foto: Família Schurmann/Divulgação

Vi que vocês recolheram bastante lixo no mar em um dos últimos locais que vocês estiveram. Qual a mensagem que a Expedição Oriente tem a passar sobre a preservação do meio ambiente aquático?

Emmanuel: Cara, impressionante quando você se depara com uma realidade que seus avós vêm comentando, alertando, há muito tempo. Há 30 anos, eles partiram do Brasil para a primeira grande aventura deles: viveram no mar por 10 anos e retornaram ao país como a primeira família brasileira a dar a volta ao mundo a bordo de um veleiro. Em 1997, eles partiram para outra aventura, a Expedição Magalhães Global Adventure, e revisitaram alguns locais onde já era possível notar que o planeta vinha sofrendo uma devastação alarmante. Até embarcar no veleiro Kat e fazer parte da tripulação da Expedição Oriente, esses casos eram relatos, lembranças e ensinamentos compartilhados com meus avós. Mas aí você se depara com a situação real. Caramba! É triste, preocupante, impressionante. Como pode uma ilha isolada, completamente deserta, sem qualquer habitante, estar tomada de lixo? Um lixo jogado no mar pode navegar milhas. Isso é real. Então, o que fazemos aqui pode ter consequências em outro lugar. No final, aqui ou lá, o planeta é o mesmo. Todos nós precisamos nos conscientizar de questões como essa. O veleiro Kat foi construído com todo o cuidado e tecnologia para não poluir o planeta. Isso me orgulha muito! Entre os equipamentos que temos a bordo está um compactador, utilizado não só para o nosso próprio lixo. A gente tenta fazer todo o possível para amenizar esse cenário devastador. Por isso, recolhemos e reciclamos lixos encontrados em lugares como aquela ilha deserta. Infelizmente essa é uma solução temporária, que talvez não seja suficiente para reverter esse cenário. Mesmo assim serve como uma mensagem, que repercute no Brasil e no mundo, alertando que temos que consumir menos lixo, reciclar adequadamente, ter muito cuidado para não deixar ir para o mar etc. Precisamos e devemos cuidar do nosso planeta. Essa lição começa em casa e é capaz de alterar a rua, o bairro, a cidade…

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Foto: Família Schurmann/Divulgação

Emmanuel, quero te agradecer pelo tempo em nos responder! Como falei anteriormente, é inspirador acompanhar a viagem de vocês. Que os bons ventos os acompanhem até o fim dessa jornada!

Quer saber mais sobre a Família Schurmann e a Expedição Oriente? Acesse o site ou acompanhe pelo Facebook, Instagram e YouTube.

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