Escrever um blog por si só é um fato que te expõe de alguma maneira, mas escrever um diário de viagem, com todas as suas emoções e sensações é ainda mais complicado. Pelas mensagens que eu recebi e alguns comentários, as pessoas tiram algumas conclusões e obviamente começam a te escrever com conselhos, opiniões e conclusões; é um novo canal que foi aberto e parece que me aproximou mais das pessoas que leem o blog, felizmente.
Esse diário é escrito quase em tempo real. Eu ainda não cheguei à nenhuma conclusão em cinco dias na Índia, mas as emoções oscilam e como em toda viagem, há situações difícieis, que te dão uma má impressão do destino e há momentos muito felizes. Por exemplo, ano passado visitei a Tailândia sozinha pela primeira vez e adoeci por sete dias. A culpa não foi minha e talvez nem seja do restaurante no qual eu comi, já que nenhuma das colegas que estavam comigo passou mal. Aconteceu! Naqueles dias eu jurei para mim que não voltaria para a Tailândia tão cedo. Os acontecimentos, a sorte, o azar e as pessoas que você conhece pelo caminho determinam o seu sentimento com relação a um destino. E como eu disse que tudo pode mudar, esse ano já parei duas vezes ena Tailândia e adoro o país. Aquele sentimento de raiva, as más memórias se dissiparam e deram lugar a outras lembranças positivas.
Pois bem, com a Índia não vai ser diferente. Nesses cinco dias já passamos pelo típico choque cultural que todo mundo passa e seguramente teremos muitos outros momentos como estes. Senti medo mesmo quando cheguei, apesar de um leitor ter dito que é uma palavra forte, soi o sentimento que eu tive, cada um tem a sua experiência e sente as coisas de um jeito. Já tivemos momentos incríveis, como viver o Holi com locais e ficar de frente a frente com o Taj Mahal e no caminho, antes de chegar até lá, ver homens tomando banho em poças d´água, andando como manadas de animais apertados em cima de caminhões…enfim, aquele retrato da Índia que quem já pesquisou um pouco, conhece.
O que eu quero dizer é que os meus posts anteriores não tiveram a finalidade de chegar a uma conclusão, uma opinião formada e nem dizer que o país é grotesco, como um leitor me escreveu. Longe de mim. Os encantos da Índia vão além do seu sistema de saneamento básico; lógico que toda a parte negativa choca, mas repito: já viemos conscientes de tudo isso muito antes de embarcar nessa viagem. Hoje poderei escrever algo ruim que passou comigo e amanhã poderei estar completamente apaixonada por um templo no Rajastão e por uma pessoa que conheci no caminho. Isso é um diário, onde apenas escrevo tudo o que acontece a cada dia nesse país que intriga e encanta a tantas pessoas e ponto :D.
Hoje tiramos o dia para fechar o roteiro da viagem até Junho: destinos, datas e passagens e felizmente conseguimos. Paramos para almoçar em um restaurante que eu vi no about.com, do hotel Metropolis, aqui na rua do Main Bazaar mesmo.
O mais incrível foi descer, andar pela rua olhando sempre para frente, sem me incomodar com nada, só quando alguém buzinava no meu ouvido. Superei a fase de estranhamento e por mim andava pra cima e pra baixo, se não fosse a preocupação do Átila, que eu respeito.
A pedida pro almoço foi o frango tikka masala, com arroz e o meu vício de entrada: chese naam, que pra mim é uma mistura de tortilla mexicana com massa de pizza e azeite, uma bomba calórica! Ando preocupada com a quantidade de kilos que ganharei aqui, já que até o momento é o país em que eu mais provo e aprovo a cozinha local.
Descansamos depois do almoço e já começamos a trabalhar, só pararemos às 00:30 para dormir. Amanhã queremos fazer um tour pela cidade, se possível. Na quinta-feira chega o nosso amigo, Leo, do blog Muito mais que um simples poema para começar a nossa aventura pelo Rajastão! 🙂
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