Nova Delhi: como foi a chegada à Índia

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Nova Delhi: como foi a chegada à Índia

O voo Bangkok-Nova Delhi decolou pontualmente às 12:45. Depois de duas horas de voo, bateu aquela fome e peguei o menu, que tinha opções que eu nunca tinha lido na vida. Escolhi o mais familiar: sanduíche de frango ao molho curry, que por sinal, estava delicioso. A aterrissagem foi tranquila, assim como a primeira impressão do aeroporto de Delhi, tudo muito limpo e bonito. Ao passar na imigração que nem tinha filas, o oficial me perguntou: “Brazil? Do you know Ubatuba? How much is the beer in Brazil now?” Abri um sorriso, conversamos um pouco e fomos em direção à esteira, onde pegamos nossas malas e saímos da área de desembarque. Foi a chegada mais amena até o momento na Ásia, pasmem!

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Hora do desembarque

Decidimos sacar dinheiro (há um caixa do Citibank e recomendo sacar rúpias diretamente do caixa ou trocar o mínimo em um dos guichês de cambio) e saímos pelo portão 5, onde o motorista que havíamos contratado nos esperava. No final das contas, uma colega nos sugeriu um hotel no centro da cidade e contratamos o serviço de transfer com eles. Tivemos que esperar mais dois passageiros e fomos até o estacionamento, onde a aventura começou.

 Sair do aeroporto gerou o impacto que tanto li e todo mundo fala. Os motoristas andam como se estivessem cegos, sem rumo, sem regras e muito pertinho uns dos outros, além de terem a base da mão dedicada a buzinar, buzinar e buzinar. Primeiro farol: um senhor de barba branca que quase não conseguia andar veio andando em nossa direção pedindo esmola; ele olhou tão fixamente pra gente, que com certeza vai ser uma cena que nunca mais vou esquecer, era muita tristeza em uma pessoa só. No trânsito, vimos os famosos ônibus capengas, lotadíssimos, as motos com famílias, os homens indianos em grupos, andando de mãos dadas, com a mão na cintura uma do outro; a partir de um ponto do caminho, começamos a ver as vacas ao lado de macacos e muitos homens mijando nos muros. Todas as mulheres cobertas, com lenços e roupas coloridas, algo que me encanta.

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Pelas ruas do centro

 No caminho, conhecemos melhor os outros dois viajantes que estavam no carro: uma mãe e um filho, ela, do Suriname, ele, holandês. Ele voltava à Índia depois de anos da sua primeira visita. Viajou pelo país por 3 meses e me disse que o Rajastão e o Norte são realmente as partes mais bonitas da Índia para ele. Recomendou que usássemos trens ao invés de motorista, contou algumas histórias e terminou dizendo: só tenho um aviso, “don´t get sick here”. Fiquei encucada com esse aviso e depois de uns 20 minutos calados, perguntei se ele tinha ficado doente; ele disse que sim e deu três conselhos:

1- Nunca beba nada direto da garrafa ou lata. Sempre peça um canudinho.

2- Compre um guia da Lonely Planet, Frommer´s ou o que seja, principalmente para te ajudar na escolha dos restaurantes.

3- Nunca coma na rua, já que a higiene é nula e o risco de adoecer é grande. Se não tiver o guia em mãos, prefira sempre o restaurante frequentado por turistas.

 Ele teve intoxicação alimentar e logo depois, tomando refrigerante diretamente na garrafa em um bar sujo, contraiu alguma doença que o fez perder muitos kilos, chegando a pesar 54 kg (ele era alto). Fiquei impressionada, agradeci as dicas e chegamos ao hotel.

 O cheiro é algo muito forte em Delhi, assim como a poluição visual e auditiva. Me senti invadida por todos os lados quando o táxi chegou ao hotel, em uma área muito turística e tive que atravessar a rua com o Átila. Nesse intervalo de dois minutos, lutei para atravessar a rua e não ser atropelada, enquanto um homem oferecia excursões e um pedinte grudava no Átila. Ao mesmo tempo, aquela multidão de homens que te olham fixamente… é impossível se sentir indiferente. Eu sabia que a chegada à Índia não seria a visão do paraíso e viemos conscientes de que o início seria assim.

Chegamos no nosso quarto e não gostamos muito. Com toda a loucura que existe lá fora, precisamos de um quarto muito agradável para balancear o dia a dia e trabalhar tranquilos, já comecei a procurar outro lugar.

Já nos ofereceram um carro com motorista para fazer city tour amanhã por 800 rúpias (aproximadamente R$30,00), mas decidimos tomar o dia livre para dormir até tarde, descansar e dar uma volta quando quisermos. Amanhã tem mais!

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