O que fazer em Cunha: roteiro para um fim de semana
Personalidade. Essa é uma palavra que passou pela minha cabeça muitas vezes durante as 36 horas que passamos em Cunha, um município no interior Paulista, localizado estrategicamente a 227 km de São Paulo, 45 km de Paraty e 300 km do Rio. A cidade é famosa pelos ateliês de cerâmica, pelas suas cachoeiras, área verde e mais recentemente, pelo Lavandário.
Além disso, Cunha faz parte da Estrada Real, uma rota que pode ser descoberta seja a pé, de bicicleta ou de carro e passa por 86 cidades entre Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro. O roteiro foi criado pelos portugueses para transportar o ouro e diamantes de Minas Gerais (Ouro Preto) até Paraty (RJ).
Diferentemente de outras cidades turísticas, cada atração, loja, restaurante ou pousada tinha uma identidade, uma personalidade e se diferenciavam uns dos outros. Nada daquelas lojinhas de souvernirs com as mesmas lembranças, nem de hotéis de grandes redes. Cada negócio na cidade foi idealizado e é gerenciado por pessoas que vivem em Cunha e colocam um pouco de si naquilo que fazem, e isso a transforma em uma cidade diferente.
Nós traçamos um roteiro para que você saiba o que fazer em Cunha em um fim de semana, parecido ao que nós fizemos. Voltaremos para passar mais dias lá, mas esse roteiro é ideal para uma escapada em um fim de semana ou feriado para desconectar:
Ateliês
Ao botar os meus pés em Cunha, constatei o que já havia lido: a cidade é reconhecida como o maior núcleo de cerâmica de alta temperatura da América do Sul; o forno Noborigama, utilizado para a queima da cerâmica, foi trazido do Japão e introduzido em Cunha em 1975; para vocês terem uma ideia, entre os cerca de vinte Noborigamas existentes no país, cinco estão em plena atividade na cidade. A cidade conta com mais de 30 ateliês, e a nossa manhã foi dedicada a passear por alguns deles, falando com os artistas e moradores e decidindo quais peças levaríamos para casa. Para mim foi um desafio não comprar uma peça por ateliê (e você vai entender o porquê ao ver as fotos).
Dos que visitamos, esses foram os nossos favoritos:
Gallery Tokai
O Marcelo Tokai e a sua mulher, são os artistas por trás desse ateliê aconchegante e lindo. Fomos recebidos com muita atenção e chegamos a tomar um café preparado pelo próprio Marcelo enquanto ele nos contava a razão que o trouxe a Cunha – por ser um dos maiores centros de cerâmica do país – falou da sua formação no Brasil e no Japão e das suas referências.
As peças criadas e expostas no ateliê são verdadeiras obras de arte, com detalhes delicados e com elementos da cultura japonesa. O ambiente está em total sintonia com as peças, que se misturam com plantas, um aquário de cerâmica no centro e os objetos de decoração pessoais dos artistas.
Endereço: Rua Gerônimo Mariano Leite, 350. Bairro: Vila Rica, Cunha – SP.
Telefone: (12) 3111-1831 / 98176-0700
Email para contato: [email protected]
JC Carvalho
As peças de cerâmica de Carvalho são criativas, uma mescla de texturas, formas e cores, verdadeiras obras de arte. Cada peça é única, e, segundo o artista, algumas delas podem levar de 30 a 40 dias para serem finalizadas. Nesse ateliê você encontrará diversos objetos de decoração únicos. 😉
Endereço: Rua Gerônimo Mariano Leite, 190. Bairro: Vila Rica, Cunha – SP.
Telefone: (12) 3111-2483
Email para contato: [email protected]
Gaia
Peças de muito bom gosto e criativas. Os vasos de flores de cerâmica me chamaram muito a atenção pelas formas e ideia inusitadas.
Endereço: Rua Alcides Barbeta, 250. Bairro: Vila Rica, Cunha – SP.
Telefone: (12) 3111-3126
Email para contato: [email protected]
Mieko e Mário
A japonesa Mieko foi uma das primeiras artistas a desembarcar na cidade na década de 70. As peças são extremamente delicadas, com tons claros, flores e texturas diferentes.
Endereço: Rua Jerônimo Mariano Leite, 510. Bairro: Vila Rica, Cunha – SP.
Telefone: (12) 3111-1468
Email para contato: [email protected]
Espaço Aracatu
A Fazenda Aracatu fica na rodovia Cunha-Paraty na beira do asfalto pouco antes da entrada para ao bairro da Paraibuna. O espaço, logo na entrada, conta com uma lojinha decorada por objetos vintage, como garrafas de Coca-Cola antigas, geladeiras, móveis, tapetes… tudo com muito charme.
O forte do espaço são as iguarias locais e caseiras, como geléias, verduras fresquinhas e orgânicas, shitake, queijos e doces, tudo produzido na região; o sorvete também é uma das iguarias famosas e o de Ginduia.
Eles têm uma varandinha com um clima delicioso, ideal pra provar as iguarias tranquilamente e com estilo.
Endereço: Estrada Real Cunha – Paraty, Km 56. Cunha – SP.
Telefone: (12) 99604-4796
Email para contato: [email protected]
O Lavandário de Cunha
Poderia ser Provence, mas é Cunha. Ideal para o fim de tarde. Entre as montanhas, árvores e o céu azul, o lilás e o azul das lavandas encantam. O lavandário de Cunha foi ideia da empresária Maria Fernanda Luis, que começou a plantação em 2008 e hoje cuida de mais de 15.000 pés.
O espaço é aberto para visitação gratuita (desde 2013) e conta com uma lojinha onde você poderá comprar óleos, buquês, sachês para o ambiente e velas, além do óleo essencial, também extraído no local, que pode ser utilizado em aplicações terapêuticas e cosméticas como banhos,compressas e massagens.
O Lavandário funciona de sexta-feira a domingo e feriados, das 10h até o pôr do sol. No mês de janeiro, o espaço abrirá as portas todos os sete dias da semana.
Endereço: Estrada Cunha – Paraty, Km 54,7. Cunha – SP.
Cachoeira do Pimenta
Acorde, tome um belo café da manhã em uma das pousadas aconchegantes de Cunha e conheça ao menos uma das cachoeiras da cidade, algumas delas parte da Rota da Estrada Real. Nós visitamos a Cachoeira do Pimenta para tomar um banho e lavar a alma antes de voltar para a cidade.
Centro da Cidade
Termine a rota dando uma volta pelo centro da cidade, que tem duas igrejas históricas, uma delas na Praça da Matriz, onde grande parte dos moradores da cidade se encontram.
Onde ficar em Cunha:
Booking.com
Nós nos hospedamos na Pousada Casa da Flor da Macela e fomos recebidos pela Márcia, como ela mesmo se descreve:“dona-de-casa, mãe e a “owner-empreendedora” na Casa da Flor da Macela.” Antes demorar em Cunha, ela trabalhava em São Paulo, mas decidiu abandonar o ritmo frenético da cidade grande para morar e cuidar da antiga casa da mãe, que hoje é essa casa com clima intimista, com vitrais, cerâmicas de família, uma cozinha com cara de casa-de-vó e muito charme.
A casa é composta de três suítes, uma sala ampla e a cozinha, onde você poderá testar novas receitas com os ingredientes frescos da horta que ela cultiva no jardim. O café da manhã é um ponto a favor, feito pela própria Márcia, com direito a geleias caseiras feita pela mãe dela e panquecas deliciosas. Ah, ponto a favor: a casa não tem wi-fi, o que facilita a desconexão e a convivência.
A pousada está localizada na estrada Paraty-Cunha Km 66. Telefone para contato: (12) 3042-0012 e (11) 99603-2090.
Para quem procura um lugar especial para uma viagem a dois, O Hotel Fazenda São Francisco e a Pousada Barra do Bie são duas opções excelentes.
Afinal, Cunha é um desses lugares que vale a pena respirar o ar puro, diminuir o ritmo e encontrar graça nas coisas mais simples.
*Viajamos a convite da Secretaria de Turismo de Cunha e da AD Comuicação & Marketing.
Excelente texto! Além de muito bem escrito, é bastante descritivo. Sem falar das lindas fotos! Parabéns!
aDOREI, OBRIGADA PELAS DICAS!
Que bom que você gostou, Juliete! 🙂
Obrigada, Rodrigo! 😀
Obrigada pelas dicas!! Estou querendo levar um grupo para lá, conhece algum outro hotel?pousada que indica? Chegou a fazer as trilhas? Sabe se são pesadas? Obrigada!!
Olá Mellina, tudo bem? Não fizemos trilhas por lá, mas há uma que falam que é bem bonita, chamada trilha da Pedra da Macela. Sobre hospedagem, há várias opções e você poderá escolher a que melhor couber no orçamento de vocês. 🙂 Olha esse link: https://goo.gl/iEQhNl. Boa viagem! 🙂
Gostaria muito de ir a Cunha. Sabe como é o percurso os pontos turisticos sem carro?
Obrigada
Olá Marina, tudo bem? Fizemos tudo de carro. Cunha é difícil se locomover sem carro próprio, mas não desanima não que vale a pena conhecê-la. Dá uma olhada no google se há uma agência de receptivo por lá. 🙂 Boa sorte e boa viagem!
Bom dia a todo !!!
Fui para Paraty, passei em Aparecida e depois por Cunha.
Uma opção, é ficar em Cunha uma parte da viagem e depois seguir para Paraty .
Fica aí uma ideia.
Me inspirou para conhecer Cunha. Parabéns, muito bem escrito e explicado.
Obrigado, João!